O espirito deste Plano continua a ser o de um projeto de cooperação transfronteiriça e de colaboração público-privada com o intuito de conservar, restaurar e valorizar o património cultural das províncias de Zamora e Salamanca e das regiões de fronteira como o Porto, Vila Real e Bragança, através do acordo que a Fundação Iberdrola Espanha mantém paralelamente com o Ministério da Cultura do Governo de Portugal. As ações realizadas pela Junta de Castilla y León são co-financiadas pelo Fundo Europeu para o Desenvolvimento Regional (FEDER).
Para além dos trabalhos levados a cabo nos edifícios, o Românico Atlântico vai continuar a dinamizar os territórios nos que se desenvolve com o fim de gerar desenvolvimento socioeconómico, através da realização de ações culturais e de divulgação. Como é o caso do evento que se celebra hoje na igreja de San Martín de Tours, em Salamanca.
Javier Ortega, Conselheiro de Cultura e Turismo da Junta de Castilla y León, e Ramón Castresana, Diretor Geral da Fundação Iberdrola Espanha, assinaram hoje de manhã, na presença do Presidente da Fundação Iberdrola Espanha, o protocolo de colaboração entre as duas entidades para prosseguir com o Plano Românico Atlântico nos próximos quatro anos (2020-2023).
O protocolo foi assinado durante a sessão técnica de portas-abertas realizada na igreja de San Martín de Tours em Salamanca, com o objetivo de contextualizar o edifício na cidade e rever os trabalhos que aí foram realizados no âmbito do Plano.
A sessão contou com a presença de representantes da diocese de Salamanca e da paróquia de San Martín e também do Diretor Geral do Património do Governo Regional, Gumersindo Bueno. O acordo a que chegaram hoje a Junta de Castilla y León e a Fundação Iberdrola Espanha está dentro do âmbito do Plano PAHIS 2020 para o Património Cultural de Castilla y León e procura dar continuidade aos trabalhos desenvolvidos pelo Plano Românico Atlântico desde 2010.
Sessão técnica de portas abertas
As deformações patentes nos pilares, arcos e abóbadas das três naves da igreja de San Martín de Tours, que são fruto da construção em si e das diferentes remodelações que o edifício sofreu ao longo da sua história, levaram a um estudo completo da sequência construtiva do mesmo, que incluiu uma análise da evolução arquitetónica, efetuada por várias equipas multidisciplinares coordenadas entre elas que procuram atualizar o conhecimento sobre este bem de interesse cultural, a partir de diferentes perspetivas.
O objetivo da investigação desenvolvida durante dois anos, tem sido o de conseguir diagnosticar da forma mais precisa o estado atual do monumento para poder, com toda a informação disponível, realizar o restauro que permita a conservação do legado patrimonial ali guardado, tal como se explicou na sessão técnica levada a cabo no dia de hoje e na qual participaram alguns dos profissionais responsáveis pelas investigações.
José Luis Martín Martín, com doutoramento em Historia Medieval, da Universidade de Salamanca, foi o responsável pela contextualização da igreja no tecido urbano. Marco Antonio Garcés, Arquiteto da Direção Geral do Património, explicou a metodologia de trabalho. José Miguel Lorenzo, Doutorado em História da Arte, percorreu os arquivos para poder conhecer a história da edificação. José Ignacio Murillo Fragero, Arqueólogo da Urbe pro Urbe, e Rafael Martín Talaverano, Doutorado em Arquitetura, da Universidade Politécnica de Madrid, falaram sobre a evolução da construção do edifício. Manuel Fortea Luna, Doutorado em Arquitetura e em História, da Universidade da Extremadura, explicou o estudo das estruturas do edifício, e finalmente, Jesús Castillo Oli, Arquiteto da Fundação Santa María la Real, falou especialmente sobre a obra que está a ser atualmente realizada para consolidar o edifício.