Os trabalhos concentram-se na restauração do conjunto de pinturas murais e no melhoramento da iluminação, bem como na monitorização da igreja.
Os trabalhos na igreja de Muga de Alba tiveram um duplo objetivo: por um lado, implicaram a restauração das pinturas murais, situadas no Presbitério, e por outro a instalação de um novo sistema de iluminação eficiente no templo religioso. Ambos foram desenvolvidos de forma coordenada durante 2018, por parte das instituições implicadas, no âmbito das diretrizes do Plano Românico Atlântico, com o objetivo de promover a utilização das novas tecnologias para a conservação do património e para a eficiência energética.
O conjunto de pinturas murais, restauradas pela Junta de Castela e Leão, data do século XVI e foi realizado com o intuito de enriquecer e renovar a zona mais relevante da igreja: a cabeceira composta por motivos ornamentais tais como esgrafitos sobre argamassa e várias cenas figurativas.
Assim, como se de um falso retábulo se tratasse, num dos lados aparecem representadas as figuras de Santo António de Pádua, Santiago Matamouros e S. Martim de Tours, e no outro lado uma Anunciação e uma virgem mártir. A decoração de esgrafitos, realizada com molde, completa o conjunto, criando um contraste de cores e texturas que enriquecem os humildes materiais de construção, tais como silhares e alvenaria, com os que se erigiu o edifício.
Os exemplos que se conservam que combinam esgrafitos e cenas narradas são escassos, e por isso, o interesse deste conjunto, que apresentava numerosas perdas e ruturas, e também aluimentos, falta de coesão, depósitos de fumo, sujidade superficial, resíduos de cal e revestimentos amarelecidos. A restauração deste conjunto concentrou-se nas tarefas de limpeza, consolidação das falhas mecânicas e fixação, também foi reintegrado material com argamassa nas áreas onde houve perda e procedeu-se a restauro cromático na zona do friso.
Uma vez completo o restauro das pinturas e, já dentro do Plano Românico Atlântico, foi levada a cabo a renovação do sistema de iluminação interior, através da integração de instalação elétrica acorde com os requisitos do edifício, já mais eficiente e orientada a realçar o conjunto histórico.
Além disso, a igreja foi incluída no sistema de monitorização do património, desenvolvido pela Fundação Santa María la Real, através da instalação de uma rede de sensores de temperatura, humidade e luminosidade que facilitam a conservação preventiva do edifício. E para demonstrá-lo, o sistema foi já capaz de detetar que a incidência de luz natural era inadequada, pois penetrava pelas janelas da abside, batendo nas pinturas e no retábulo. Está-se a trabalhar agora no desenho de uma janela inteligente, de modo a corrigir este problema e evitar a incidência solar tão direta.
A ação foi terminada com a elaboração de um folheto e com a instalação de um ponto de informação que permite que o visitante tenha acesso a informação relevante sobre a igreja e sobre o Plano Românico Atlântico. Essa informação pode ser ampliada através de um código QR. Os trabalhos implicaram um investimento de 74.000 Euros, dos quais 43.000 foram destinados à restauração do conjunto de pinturas murais e 31.000 aos trabalhos de iluminação e monitorização da igreja.
