O ministro da Cultura, Turismo e Desporto da Junta de Castilla y León, Gonzalo Santonja Gómez, e o presidente da Fundação Iberdrola Espanha, Fernando García Sánchez, visitaram esta manhã a igreja de San Martín de Tours para inaugurar e comprovar in situ o resultado das últimas obras realizadas no edifício no âmbito do plano Românico Atlântico, promovido por ambas as entidades.
Durante a sua visita estiveram acompanhados, entre outros, pelo presidente da Fundação Santa María la Real, Ignacio Fernández Sobrino, e pelo diretor da Fundação Iberdrola Espanha, Ramón Castresana. Neste caso, a intervenção centrou-se na restauração e iluminação do interior da igreja, permitindo adaptá-la às exigências de um espaço situado no coração de uma cidade histórica, que combina o seu uso litúrgico com o interesse artístico e histórico que desperta entre os muitos visitantes que passam diariamente pelas suas portas. Os trabalhos consistiram na recuperação das argamassas e acabamentos originais.
Diferentes fases de intervenção
Durante a visita à igreja, foi também referido que o processo de intervenção decorre há vários anos. Em fases sucessivas, foi possível, por um lado, corrigir os problemas estruturais do edifício, por outro, criar um percurso expositivo e, por fim, reabilitar o interior da igreja.
As deformações existentes nos pilares, arcos e abóbadas das três naves do edifício, resultantes da própria construção e de diferentes modificações ao longo da sua história, justificaram um estudo completo da sua sequência construtiva, que incluiu uma análise da evolução da sua arquitetura, realizada por várias equipas multidisciplinares.
Foi também efectuado um levantamento de precisão, fundamental para a compreensão do comportamento estrutural do templo, que confirmou que as cargas suportadas pelas paredes românicas do edifício estavam desequilibradas e necessitavam de ser redistribuídas de forma a melhorar a margem de segurança estrutural. Os trabalhos incidiram sobre a cobertura da igreja, modificando os seus pontos de apoio para melhor distribuir o seu peso sobre as paredes românicas.
Esta ação juntou-se a outras intervenções de emergência, como as realizadas na primeira secção da nave do Evangelho, por cima da chamada Puerta del Obispo (Porta do Bispo), que concentrou a maior parte dos danos. Do mesmo modo, foi restaurado o acesso pela porta norte da igreja e foi instalado um posto de informação e receção de visitantes. Simultaneamente, foi melhorado o acesso à Capela do Carmo, onde se conserva um rico portal românico com policromia original, e foi dotada de uma iluminação mais coerente com o conjunto e mais eficiente.
Monitorização
Além da intervenção propriamente dita, para conhecer o estado real do edifício, o templo foi incorporado no Sistema de Monitorização (MHS), desenvolvido pela Fundação Santa María la Real, e foram instalados sensores de temperatura e humidade em pontos muito específicos do edifício. Ao mesmo tempo, foram monitorizados os movimentos estruturais, tanto estáticos como dinâmicos, através da instalação de um acelerómetro e de clinómetros nas paredes norte e sul. A análise conjunta de todas estas variáveis permitiu compreender a evolução do processo de degradação, delinear as suas causas e, sobretudo, propor a solução mais adequada para cada patologia.