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Inauguração oficial de San Pedro de la Nave

Inauguração oficial de San Pedro de la Nave

04/03/2015

O Presidente da Junta de Castilla y León, Juan Vicente Herrera e o Presidente da Iberdrola, Ignacio Galán, apresentaram hoje oficialmente as ações de restauro da igreja de San Pedro de la Nave e seu redor, em El Campillo (Zamora), no marco do plano Românico Atlântico.

 

Em San Pedro de la Nave foi levada a cabo uma intervenção integral que serviu não só para restaurar, mas também para dotar a igreja de um novo plano de gestão, garantindo também a sua conservação preventiva.

 

“Tudo isto com vários objetivos: obviamente, garantir uma adequada conservação das igrejas, mas de igual forma, atrair visitantes, promover o turismo da zona e servir de estímulo económico a toda a área”, sublinhou o Presidente da Iberdrola durante a sua intervenção.

 

Durante a inauguração, na qual estiveram presentes, entre muitas outras personalidades, a Conselheira de Cultura e Turismo da Junta de Castilla y León, Alicia García; o Presidente da Fundación Iberdrola, Manuel Marín; o Director Regional de Cultura do Norte de Portugal, António Ponte; o Alcalde de San Pedro de la Nave, Braulio Prieto, e o bispo de Zamora, Gregorio Martínez, Herrera y Galán avançaram com a sua intenção de dar continuidade ao Plano de Intervenção Românico Atlântico.

 

Iniciado em 2010, trata-se de um ambicioso projeto de colaboração transfronteiriça de restauro e manutenção do conjunto monumental de arte românica em Espanha e Portugal. Tornou-se num exemplo de cooperação público-privada que envolveu a forte colaboração da Junta de Castilla y León, através da Consejería de Cultura y Turismo, a Secretaria de Estado de Cultura de Portugal e a Fundación Iberdrola como promotores de uma iniciativa que conta com o apoio da Igreja Católica de Portugal, assim como das dioceses de Ciudad Rodrigo, Salamanca, Zamora e Astorga, com o objetivo de recuperar o património cultural e natural, assim como de levar a cabo um importante trabalho de dinamização social e económica.

Neste sentido, Ignacio Galán assegurou que “estas atuações supõem, por um lado, um importante impacto socio-económico - uma vez que se geraram centenas de postos de trabalho em diferentes núcleos da população - e por outro, meio ambiental, ao utilizarem-se sistemas de iluminação eficientes baseados nas últimas tecnologias, com um consumo 70% inferior aos tradicionais”

De sua parte, o presidente da Junta de Castilla y León, Juan Vicente Herrera, destacou que o restauro de San Pedro de la Nave é um exemplo das novas estratégias de gestão do património cultural que o executivo autónomo tem vindo a pôr em marcha nos últimos anos, superando o esquema tradicional de “obra em restauro” para a consideração de bens do património cultural como um recurso para o desenvolvimento territorial e social e ao serviço das pessoas, um objetivo muito presente no novo Plano do Património Cultural de Castilla y León, PAHIS 20/20. Esta nova perspectiva baseia-se na colaboração entre administrações públicas, sociedade civil e iniciativa privada, assim como na consideração do património como ativo económico e um recurso de enorme potencial que multiplica exponencialmente o investimento que nele se realiza. Neste sentido, trata-se de um recurso que não se pode deslocar, capaz de atrair recursos e investimento em seu redor e, como tal, com importante efeitos sobre o território e para a manutenção da população em si mesmo.

 

Na sua primeira etapa (2010-2014), o Plano Românico Atlântico atuou em 16 igrejas: 11 em Castilla y León (seis em Zamora e cinco em Salamanca) e cinco em Portugal. Na Comunidad Autónoma atuou-se em todos os edifícios, com um total de 30 atuações e um investimento de 2.087.000 €, o que representa a execução de 92% do orçamento espanhol.


Nova etapa, a mesma filosofia

 

A intenção deste novo período que hoje começa é continuar a potenciar o crescimento socioeconómico sustentável do território, a partir dos seus próprios recursos: as pessoas que nele vivem, o seu ambiente natural e o seu património cultural. Para atingir este objetivo, o Plano irá centrar-se em três linhas de atuação fundamentais: intervenções integrais que facilitem não só o restauro, mas também a conservação preventiva e a gestão eficaz dos bens; a realização e implementação de um plano de gestão cultural e turística, baseado na criação de uma rede de trabalho público-privada e, finalmente, o desenvolvimento de atividade de difusão e promoção.

 

Nesta nova etapa irá manter-se o território de atuação que engloba o Parque Natural de Arribes del Duero, focando os esforços em redor de San Martín, na localidade de San Martín de Castañeda, em Zamora, de San Pedro de la Nave, em El Campillo e de San Martín, em Salamanca.

 

San Pedro de la Nave

 

No ano de 1930, Saltos del Duero - uma das empresas germinadoras da Iberdrola - iniciava uma construção que iria ser uma das mais importantes obras de engenharia hidroelétrica da Europa, o aproveitamento de Ricobayo, no rio Esla.

 

O projeto levou emparelhada uma intervenção pioneira no que se refere à responsabilidade social: a trasladação, pedra a pedra, da igreja de San Pedro de la Nave, desde as margens do rio até El Campillo. Com a deslocação da igreja, realizada com os escassos meios da época, mas com toda a meticulosidade e rigor possíveis, a Iberdrola assegurou a conservação desta jóia arquitetónica e garantiu o legado da mesma para as gerações vindouras.

 

Conservação preventiva e iluminación guia

 

Ainda que, estruturalmente, se encontrasse em boas condições de uso, a igreja apresentava alguns focos de humidade localizados, agora eliminados. O edifício foi ainda incluído no Sistema de Monitorização do Património (MHS), desenvolvido pela Fundación Santa María la Real del Patrimonio Histórico, para garantir a sua adequada conservação e manutenção.

 

Por outro lado, a única iluminação da igreja era a luz natural que entrava pelas seteiras. Neste sentido, foi criado e instalado um sistema de iluminação que permite adaptar a luz ao uso que tenha em cada momento o espaço e que facilita uma melhor compreensão da igreja, com um impacto visual e consumo energético mínimos.

 

A intervenção serviu para dotar o edifício de um novo plano de gestão, orientado para melhorar e organizar a afluência de visitas, ao mesmo tempo que se potencia a imagem da igreja. Este objetivo foi concretizado através da criação de um centro  de recepção de visitantes, integrando no ambiente, que serve para para organizar o acesso à igreja e cria uma área expositiva, onde se podem mostrar peças e elementos históricos guardados na igreja.

 

Desde o início foi um projeto participativo, que contou com o envolvimento e o apoio, não só das entidades envolvidas, a Junta de Castilla y León, a Fundación Iberdrola e, neste caso, o bispado de Zamora, mas também da paróquia, do  Ayuntamiento de San Pedro de la Nave - La Almendra e dos vizinhos de El Campillo.

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