Os moradores da localidade de Yecla de Yeltes em Salamanca puderam conhecer em primeira mão como será levada a cabo a atuação na ermida da Virgen del Castillo, que vai ser a próxima intervenção abordada pela equipa do Plano Românico Atlântico. Dois técnicos do projeto, o historiador Victor Álvarez, e o arquiteto Daniel Basulto, foram os encarregados de explicar ao pároco e ao resto das pessoas que assistiram à palestra informativa, levada a cabo na igreja paroquial de San Sebastian, que a intervenção vai ser dividida em três partes.
Arquitetura:
Por um lado, temos a intervenção arquitetónica que consistirá fundamentalmente em retelhar a cobertura, que será renovada, e as janelas atuais vão ser substituídas por uma placa translúcida, “que suaviza a passagem da luz, mas mantém a homogeneidade com o resto da cobertura de telha”, explicou Daniel Basulto. O arquiteto também informou que serão renovadas as partes da carpintaria, com a finalidade de garantir as condições higrotérmicas do edifício e para facilitar a ventilação.
Monitorização e nova iluminação:
Embora muito provavelmente o que mais se destaca sejam as novas tecnologias aplicadas à conservação do edifício. A ermida vai ser incluída no Sistema de Monitorização do Património, MHS, desenvolvido pela Fundación Santa María la Real, que permite controlar determinados parâmetros ambientais, com o objetivo de garantir a conservação preventiva, tanto do edifício como dos seus bens móveis.
Neste apartado das novas tecnologias, também se vai proceder à renovação do sistema de iluminação. “Será o primeiro edifício religioso do Românico Atlântico que contará com iluminação autónoma” – esclareceu Basulto - “Ou seja, o sistema será alimentado através de placas foto voltaicas, instaladas no exterior do edifício religioso, sem qualquer necessidade de ser ligado à rede geral”. Este facto vai garantir a eficiência energética do edifício e vai facultar uma poupança significativa para a paróquia.
Além disso, a nova iluminação adequar-se-á às características da ermida e vai satisfizer duas funções essenciais: facilitar o desenvolvimento correto do culto e ressaltar alguns dos elementos arquitetónicos e artísticos que merecem ser destacados. A atuação será complementada com um retábulo, no exterior da igreja, que sirvirá para melhorar as condições da celebração da tradicional romaria da Virgen del Castillo.
E para finalizar a palestra, fez-se saber aos moradores de Yecla, através das palavras do historiador Víctor Alvarez, que a intervenção feita na sua ermida forma parte de um projeto muito mais amplo, o Plano Românico Atlântico, que constitui um exemplo de colaboração público-privada de carácter transnacional, para a Conservação do Património Cultural. Mais concretamente o Plano abarca a intervenção em mais de vinte edifícios religiosos românicos das províncias espanholas de Zamora e Salamanca e das regiões portuguesas do Porto, Vila Real e Bragança.
