Durante o trajeto foram acompanhados pelo Diretor Geral da Fundación Santa María la Real, Juan Carlos Prieto, entre outras pessoas. A visita serviu para ver, com a presença do pároco e moradores, o resultado da intervenção levada a cabo no edifício, dentro do âmbito do Plano Românico Atlântico.
Guiados pelo arquiteto responsável pelo projeto, Jesús Castillo, Diretor do Departamento de Conservação do Património da Fundación Santa María la Real, puderam recorrer a igreja e observar que a intervenção se centrou na monitorização do edifício religioso, na restauração do retábulo-mor e no melhoramento da iluminação. “ A atuação supõe um grande avance para a gestão e para o melhoramento da eficiência energética do edifício, reduziu-se o consumo e além disso, foi possível realçar artisticamente determinados elementos do edifício religioso”, aludia Rafael Landían.
O Diretor de Património da Junta de Castilla y León, também se expressava, no mesmo sentido, e assinalou que “projetos como o Plano de Intervenção Românico Atlântico e outros similares estão a contribuir para que Castilla y León seja consolidada como uma comunidade pioneira na investigação e inovação no que diz respeito à gestão e conservação do Património”.
Não é em vão que muitos dos edifícios religiosos do Plano Românico Atlântico, entre eles o de Sejas de Sanabria, foram incluídos no MHS (Sistema de Monitorização do Património), desenvolvido pela Fundación Santa María la Real, que através da colocação de pequenos sensores, permite controlar as condições ambientais do edifício, com o objetivo de garantir a sua conservação e a dos bens móveis que nele se encontram. No caso de Sejas de Sanabria incidiu-se especialmente no retábulo prechurrigueresco, recentemente restaurado e no singular artesoado.
“Este tipo de intervenções é possível graças à colaboração público-privada”, seguia Enrique Saiz, referindo-se a um Plano, o Românico Atlântico, que exemplifica claramente a colaboração transfronteiriça para a conservação do património cultural, já que nele intervêm a Junta de Castilla y León, a Fundação Iberdrola, a Secretaria de Estado da Cultura de Portugal e a Fundación Santa María la Real, para além das Dioceses de Zamora, Astorga, Salamanca e Ciudad Rodrigo.
Gestão mais eficiente e sustentável
Sem dúvida que um dos aspetos mais valorizados pelos participantes na visita a Sejas, moradores, pároco, presidentes de câmaras e representantes do Bispado, foi o melhoramento da iluminação do edifício religioso, pensado de modo a lograr um ambiente apropriado tanto para o culto, como para as visitas. “ A colocação estratégica de pequenos pontos de luz, permite-nos realçar elementos tais como o retábulo, o artesoado e a pia batismal”, explicou Jesús Castillo.
O arquiteto responsável pela obra também assegurou que esta intervenção, graças à monitorização e à nova iluminação, está a conseguir que, pouco a pouco, o edifício religioso se converta num “edifício inteligente”, no qual é possível uma gestão sustentável e eficiente, através da redução do consumo energético e garantindo a conservação preventiva.
Próximas atuações
A visita do dia de hoje também serviu para entregar ao pároco da localidade o livro de “manutenção do edifício”, com algumas pautas e conselhos para garantir uma melhor conservação do edifício religioso depois da intervenção. Para além disso, foram adiantadas as atuações que serão levadas a cabo durante o presente ano dentro do Plano Românico Atlântico. Deste modo, na província de Zamora vão ser restaurados os bens móveis da igreja de Fermoselle e terá inicio a intervenção na igreja de San Pedro de la Nave, em El Campillo, ao mesmo tempo que em Salamanca serão feitas intervenções na ermida da Virgen del Castillo, em Yecla de Yeltes.
