A população de Sejas de Sanabria e San Martin de Castañeda, em Zamora, puderam conhecer, em primeira mão, as atuações que vão ser levadas a cabo nas suas igrejas paroquiais pelo Plano de Intervenção Românico Atlântico. Este é um projeto de colaboração transfronteiriça para a conservação do património cultural, no qual participam a Junta de Castilla y León, a Fundação Iberdrola, a Secretaria de Estado da Cultura de Portugal e a Fundación Santa María la Real, e também as Dioceses de Zamora, Astorga, Salamanca e Ciudad Rodrigo.
Técnicos do Plano de Intervenção Românico Atlântico visitaram, hoje, as igrejas de Santa Marina, em Sejas de Sanabria e de San Martín em San Martín de Castañeda, ambas na província de Zamora. Reuniram-se com os moradores e com os párocos para explicar-lhes, in situ, as atuações que serão levadas a cabo durante os próximos meses.
Deste modo, foi-lhes explicado que ambas intervenções fazem parte de um projeto bastante mais amplo, o Plano Românico Atlântico. Um projeto de cooperação transfronteiriça para a Conservação do Património Cultural, que inclui atuações em mais de vinte edifícios religiosos românicos, situados nas províncias espanholas de Zamora e Salamanca e nas regiões portuguesas do Porto, Vila Real e Bragança.
O Plano, segundo o que sublinharam os técnicos, supõe uma estreita colaboração entre diferentes entidades de Espanha e de Portugal. Mais concretamente colaboram a Consejería de Cultura y Turismo da Junta de Castilla y León, a Secretaria de Estado da Cultura de Portugal, a Fundação Iberdrola, a Igreja Católica de Portugal e as dioceses espanholas de Ciudad Rodrigo, Salamanca, Zamora e Astorga. Participa também a Fundación Santa María la Real, encarregada de efetuar as obras.
Sejas de Sanabria
Depois de enquadrar o contexto no qual se delimitam as intervenções, os técnicos passaram a explicar os aspetos concretos de cada igreja. Deste modo, informou-se a população de Sejas de Sanabria sobre o facto de que depois do restauro do retábulo-mor se passará à melhoria da iluminação. O objetivo fundamental será conseguir uma iluminação apropriada para o culto, e que para além disso, contribua para realçar o artesoado com formas geométrica, que o edifício ainda conserva.
Também se realizará a monitorização dos parâmetros ambientais e das condições higrotérmicas do edifício, graças ao MHS (Sistema de Monitorização do Património), sistema desenvolvido pela Fundación Santa María la Real. Com este sistema, pretende-se garantir a conservação preventiva, tanto do edifício religioso, como dos seus bens móveis, especialmente do retábulo-mor e do artesoado.
San Martín de Castañeda
Em San Martín de Castañeda será abordada a segunda fase da intervenção, que estará focada em três aspetos: arquitetura, restauração de bens móveis e iluminação.
Uma das partes importantes da intervenção vai ser a disposição da sacristia como espaço habilitado para o culto. Esta atuação será levada a cabo a pedido expresso da população. Enquanto durante a primeira fase de intervenção se procedeu à renovação da cobertura, desta vez, serão rebocados os paramentos interiores e será posto um pavimento elevado em madeira. Também serão substituídas as partes de carpintaria das janelas, por umas com motor elétrico, que no futuro, poderão ser abertas ou fechadas através de controlo remoto de maneira a garantir a manutenção das condições higrotérmicas adequadas.
Outra das intervenções vai consistir em cobrir a parte superior dos contrafortes com lâminas de chumbo, de modo a evitar que a humidade entre no interior do edifício religioso.
No que diz respeito aos bens móveis, serão restauradas as pinturas murais dos absidíolos e posteriormente será trasladada a imagem do santo padroeiro, San Martín de Tours, para um lugar mais adequado para realizar o culto.
A melhoria da iluminação servirá para realçar as pinturas murais dos absidíolos e para facilitar a realização do culto na sacristia. Por último, convém salientar, que o projeto contempla o desenho de mobiliário litúrgico, tal como bancos com aquecimento e um altar, entre outras coisas.
