Perto de uma amoreira centenária e rodeada por um enquadramento natural de grande beleza, ergue-se a igreja paroquial de Cozcurrita. O templo é um pequeno edifício construído em cantaria e alvenaria de granito, material muito abundante na zona. O campanário está maioritariamente construído em cantaria, a cabeceira em silhar tosco e a nave em alvenaria e silhar tosco, o que poderá, provavelmente, manifestar a existência de três grandes etapas de construção bastante distintas a nível cronológico. Está formada por cabeceira quadrada, com telhado de duas águas, sacristia adossada à parte norte, nave única, com portal resguardado por um humilde pórtico e, finalmente, campanário aos pés. O cemitério está adossado ao lado setentrional. O portal simples, mas de óbvia filiação românica, encontra-se numa posição muito estranha: no extremo ocidental do muro norte. O interior do edifício foi profusamente reformado em épocas diferentes, mas a humildade da construção está sempre presente.
A igreja de Santa María Magdalena tinha uma instalação elétrica caída em desuso, tanto no que diz respeito a aspetos de segurança, como na qualidade da iluminação, que colidia com os valores histórico-artísticos do edifício. Além disso, a instalação não garantia um mínimo de segurança e punha em perigo tanto a integridade do próprio edifício, como a dos seus utentes. A intervenção focou-se, por conseguinte, em outorgar uma iluminação que estivesse de acordo com a monumentalidade do edifício, disminuíndo a incidência visual e incorporando um nível adequado de segurança. Para esse efeito, pensou-se numa iluminação contínua, mas, onde, ao mesmo tempo, são iluminados subtilmente, os pontos singulares da igreja, como os retábulos laterais e a pia batismal. Também foram considerados os diferentes usos aos quais o templo se destina na atualidade, já que aqui têm lugar diferentes liturgias, que necessitam de uma iluminação específica, além do uso cultural e turístico, sem deixar de parte, a incorporação de iluminação de emergência, da qual a igreja não dispunha.
Um dos objetivos do Plano Românico Atlântico é alcançar um nível ótimo de proteção e manutenção dos bens patrimoniais, utilizando para consegui-lo, as últimas tecnologias e as soluções mais inovadoras. Neste sentido, a igreja de Santa María Magdalena foi integrada no sistema Monitoring Heritage System (MHS). MHS é um sistema de controlo, em tempo real, de diferentes parâmetros que podem afetar a conservação dos edifícios religiosos, como por exemplo, a humidade ou a temperatura, que dificilmente se controlam visualmente e que em certos casos podem pressupor um risco para a conservação dos imóveis e das obras de arte. Para evitar que isso aconteça e melhorar, desse modo, a proteção do edifício religioso, o sistema tem uma série de sensores instalados na igreja, que transmitem dados sobre esses parâmetros, de maneira regular e sem fios, ao centro de controlo, onde se processam e interpretam para que se consiga atuar antes de se produzir uma situação potencialmente perigosa. É o que denominamos “conservação preventiva”.