O edifício, de nave única, termina com uma ampla cabeceira quadrada, à qual se encontra adossada a sacristia. Trata-se de um edifício erguido em alvenaria de granito e lousa, que apesar de ter sido renovado em tempos modernos, conserva ainda certos elementos românicos. É o caso do muro norte e do seu portal em arco de volta perfeita, agora entaipado. Junto dela distinguem-se dois pilares com inscrições parcialmente cobertas, inéditas até à época. A fachada oriental parece estar completa e conserva igualmente lápides que fazem referência à origem do templo, que remontará a finais do séc. XII. Ao seu lado existe um silhar talhado que provavelmente é uma estela funerária romana.
No corpo da escada pela qual se sobe até ao campanário – levantado em 1908 – existe um silhar branco, quase de certeza de mármore, com uma inscrição que também alude à data da construção da igreja.
No interior do templo o único rasgo românico que se pode observar é o portal norte em arco de volta perfeita e que, curiosamente, repete um esquema tenuemente monumental, distanciado da simplicidade habitual. Segue a mesma linha da porta exterior, pelo que levanta a hipótese de ser parte do indubitável portal românico que terá existido no muro sul e que deve ter sido trasladado até aqui, sendo hoje usada como nicho. Apesar da destruição que o edifício românico sofreu, pelas escassas ruinas conservados deduz-se que foi uma construção de certa magnificiência, algo bastante pouco usual por terras de Aliste.
O projeto também procederá à monitorização do edifício religioso. Os técnicos da Fundación Santa María la Real instalarão o Sistema de Conservação Preventiva MHS e aplicarão sensores sem fios em sítios estratégicos. Tais sensores vão permitir medir, registar e controlar as condições ambientais do edifício religioso (temperatura e humidade) para, deste modo, afiançar um óptimo estado de conservação do edifício e dos bens que acolhe no interior. O MHS estenderá as suas funcionalidades à segurança, permitindo, também, a instalação de detetores de presença e de fumo, que garantam mais prevenção, no caso de possíveis ocorrências.
A intervenção de restauro da igreja de Nuestra Señora de la Asunción de Pobladura de Aliste foi iniciada com as obras de recuperação do portal românico original, situado no muro norte do edifício religioso, ao lado do cemitério. Os trabalhos concentram-se na abertura do espaço central da porta, que permanecia entaipada até este momento. Uma vez aberto esse espaço, será instalada marcenaria em aço e alabastro, o que vai permitir a entrada de luz na nave. Este feito possibilitará a melhoria da interpretação histórico - artística do edifício, contribuindo com valores patrimoniais perdidos e recuperando o formato original de uma porta que, devido à sua decoração e à sua monumentalidade, constitui um vestígio pouco comum no âmbito da simplicidade arquitetónica desta zona, situada na província de Zamora.
A intervenção vai também contar com a renovação e modernização da instalação elétrica do edifício religioso. Serão aplicados novos pontos de luz de baixo consumo e a cablagem ficará encoberta, de maneira a que se reduza o impacto visual, evitando, assim, o existente depois de várias reformas e acrescentamentos. Para além de serem mais eficientes e sustentáveis, estes novos pontos de luz vão permitir que se amplifique a iluminação de elementos artísticos destacados no edifício, tais como o retábulo-mor, o presbitério, e as pias batismais.
