A igreja, do séc. XII, apresenta planta longitudinal composta por nave única e cabeceira semicircular no exterior e poligonal no interior. No portal principal, as colunas que suportam as três arquivoltas, ligeiramente quebradas e decoradas com esferas, mostram um jogo alternado de fustes prismáticos e lisos. A fachada culmina em empena encimada por cruz recortada. Existem três portais, um a norte e dois a sul. O portal norte apresenta arco quebrado, sem ornamentação, e os do sul apresentam aduelas decoradas. Deste lado há outra porta. Somente permanecem ruinas da capela de Santa Maria, adossada do lado norte da abside. O campanário tem três estreitas com sinos e também culmina em empena.
A capela-mor é relativamente alta e de estilo proto gótico. No interior exibe um interessante conjunto de arcarias cegas no primeiro nível, enquanto no superior se abrem três pequenas seteiras. O espaço está coroado por abóbada de berço, separada do presbitério através do arco toral. No exterior, uma cornija com pequenos arcos envolve toda a abside.
No que diz respeito à nave, uma arcaria recorre todo o seu interior, suportada por mísulas com decoração vegetalista idêntica à da abside. Duas figuras de atlantes assumem função estrutural do coro alto de madeira: uma mulher exibindo os peitos e um homem. Por último, não podemos deixar de destacar alguns dos bens móveis que descansam no interior do edifício. Destacamos São Pedro e São Lourenço, flanqueando o arco triunfal e na abside um crucifixo de madeira, uma credência e uma cátedra em madeira. Por baixo do coro podemos encontrar a pia batismal.
O programa de intervenções na Igreja de Roriz foi estabelecido tendo por base uma definição das prioridades, para a qual foi elaborado um diagnóstico preciso do imóvei, de forma a preparar o caderno de encargos e lançamento do concurso.
Nesta primeira fase, foi realizado um trabalho inter-disciplinar com arquitectos, arqueólogos, engenheiros e conservadores restauradores, contribuindo, desde logo, para uma correcta proposta de intervenção e faseamento dos trabalhos.
O diagnóstico inicial evidenciou que as necessidades imediatas se deveriam focar na reabilitação das coberturas, de forma a evitar todas as patologias associadas às infiltrações e danos provocados pela água. Para tal, foi feita a reformulação do sistema de cobertura, com substituição dos elementos cerâmicos e para a melhoria da eficácia e conforto interiores, optou-se por aplicar isolamento térmico e membrana impermeável, mas permeável ao vapor. Este trabalho foi acompanhado pelo restauro e reforço da estrutura de madeira original e do tratamento dos tectos de madeira com imunização e acabamento com produtos compatíveis.
Ao nível das paredes, na Igreja de Roriz, onde surgiram patologias estruturais, foram executadas pregagens tipo ancoragem Cintec nos cunhais e reforço geral com consolidação de juntas, utilizando argamassas compatíveis isentas de cimentos. Também foi realizada a reparação dos vãos, com o tratamento e pintura de portas, prevendo-se sempre o uso de materiais compatíveis, recuperando o existente e valorizando assim o património que também é o somatório das peças que o compõem.