A paróquia de Nuestra Señora de la Asunción, situa-se em pleno centro urbano, junto a uma das portas da muralha, extramuros do antigo recinto medieval. Erguida em cantaria de granito e formada por uma cabeceira poligonal, é um dos cinco templos que a vila conserva. Está composta por três naves – a central mais larga que as laterais – às quais se incorporam duas capelas. Possui duas torres, uma a seus pés e outra na fachada meridional, e ao mesmo tempo uma ampla sacristia adossada a norte.
O edifício foi profundamente restaurado nos séculos XVI e XVII, tendo sofrido muitas modificações depois do incêndio que sofreu em 1887.
Trata-se de um templo bastante tardio, do séc. XIII, vinculado ao tardo-românico de Zamora e a outros edifícios de Salamanca. De construção românica conservam-se parte do muro norte (incluindo um pequeno portal), o frontal ocidental (com outra porta mais monumental) e grande parte da fachada meridional. O portal que aqui se encontra (e que hoje é o principal) foi completamente renovado por volta de 1500.
No beiral original, tal como na capela, existem remanescentes de cachorros. Também se podem apreciar, na nave setentrional da capela-mor, restos de um arco de volta perfeita que pode pertencer à construção original. De acordo com os vestígios conservados no perímetro da nave, o edifício românico deve ter possuído dimensões bastante similares às atuais.
Os dois objetivos primordiais que a restauração da igreja de Nuestra Señora de la Asunción de San Felices de los Gallegos pretende alcançar são a adequação da instalação elétrica e garantir a conservação preventiva dos bens que alberga no seu interior.
Para consegui-lo, estão a ser realizados trabalhos de melhoria da instalação elétrica, através da renovação das linhas, contadores e caixas elétricas e através da instalação de pontos de luz com tecnologia LED de baixo consumo. Esses pontos de luz vão partilhar a mesma linha estética e o mesmo acabamento. Também a rede de cablagem será ocultada, de modo a reduzir a sua incidência visual, evitando-se assim o impacto estético que existe atualmente no edifício religioso depois das várias reformas e acrescentos feitos na instalação.
Para além das melhorias da instalação elétrica, existe outro objetivo fundamental a ser alcançado: garantir a conservação preventiva do edifício e dos seus bens patrimoniais. Para conseguir atingi-lo, os técnicos puseram em funcionamento o projeto MHS (Sistema de Monitorização do Património), que foi desenvolvido pela Fundación Santa María la Real. Assim, por exemplo, umas das atuações contempladas para o projeto de San Felices é a monitorização do espaço que alberga a coleção de casulas históricas, propriedade da paróquia, de modo a poder facilitar a proteção dessas peças. Para este efeito, o Plano conta com a colaboração de técnicos do Centro de Conservación y Restauración de Bienes Culturales da Junta de Castilla y León, que já avaliaram o estado atual das referidas casulas e, a partir das suas conclusões, serão estabelecidas as medidas necessárias para a sua conservação.